sábado, 7 de maio de 2011

HISTÓRIA DOS SANTOS


Santo Antonio Categeró
 
Santo António de Categeró : Dia 08 de Janeiro

Foi um escravo que se tornou santo. Nasceu na Cirenáica, uma região do norte da África, no fim do século XV. Na terra natal praticou a religião chamada Islamismo, que foi fundada por Maomé. Depois, capturado como escravo, foi levado para a ilha da Sicília, sul da Itália. Aí foi vendido para um senhor cristão. Naquele tempo o escravo era comprado por um valor equivalente ao valor de dois cavalos. Muito bom e humilde, Antônio era chamado de Tio António. Foi instruído pelos patrões sobre a vida e a missão de Jesus Cristo. Desse conhecimento de Jesus passou a amar o nosso Salvador e pediu para ser batizado. Tornou-se cristão. Não foi, porém um cristão comum, muito menos, um cristão relaxado. Praticava a lei de Deus com todo o fervor. Amava a Deus, procurando estar sempre com Ele por meio da oração. Procurava conhecer também a palavra de Deus na Bíblia. Orava muito, até durante a noite. Sempre se confessava e recebia Jesus na comunhão. Como a vontade de Deus é amemos também nossos irmãos, ele amava realmente o próximo.

Primeiramente, era muito trabalhador, cumprindo sempre as ordens de seu patrão, que o encarregou de cuidar das ovelhas. Depois, tinha amor pelos pobres. Pedia ao povo da cidade onde morava, a cidade de Noto, esmolas, e distribuía pelos pobres, alimento e roupas. Ajudava aos pobres também distribuindo leite e queijo das ovelhas. Uma vez o patrão o proibiu de dar leite e queijo para os pobres. António obedeceu. Então a produção diminuiu bastante. O patrão viu que ia tomar prejuízo. Mandou então que António continuasse a atender os pobres. E as ovelhas continuaram a produzir como antes, para alegria do patrão. Deus deu a António o dom de fazer milagres, de modo especial de curar pessoas. Muitos o procuravam para alcançar a saúde. António humilde, dizia que ele não passava de um simples escravo do Senhor Jesus, só Deus tem poder de curar. Impunha as mãos aos enfermos, rezava e Deus curava. Depois de sua morte continuou a fazer muitos milagres. Até hoje temos testemunhas de muitas pessoas que alcançaram grandes graças por intercessão de Santo António de Categeró.

A sua festa era celebrada no dia 8 de janeiro.

Após a revisão de 1969/70 todos os santos tiveram sua festa alterada para o dia de sua morte, ou seja para o dia que se encontrou com Jesus. Assim a festa de Santo Antônio de Categeró deveria ser no dia 14 de março.

No Brasil ainda continua sendo celebrada no dia 8 de janeiro.

São Jorge Guerreiro
 
São Jorge:  Dia: 23 de Abril

Naquele tempo, sendo imperador Diocleciano e Maximiano, o governador Daciano desencadeou uma terrível perseguição contra a igreja, com tanta sanha que foram martirizados cerca de 17.000 cristãos e muitos outros foram perseguidos, e outros vencidos pelas torturas, consentindo em renegar a sua fé e a oferecer sacrifícios aos ídolo romanos.

A tradição diz que São Jorge afligido pelo espetáculo, renunciou a carreira de militar e distribuiu seus bens entre os pobres e vestindo-se como somente vestiam na época os cristãos, foi a rua e passou a repetir frases como "Os deuses pagãos são demônios e o único autentico Deus é Cristo".

O governador ao inteirar-se do fato, chamou a Jorge e perguntou "Com que direito chamas os nossos deuses de demônios? Que queres tu"? E de onde es tu? E em nome de quem está dizendo isto?

São Jorge respondeu: "Sou da Capadócia, pertenço a uma família de nobres e sou militar, e com a ajuda de Cristo conquistei as terras da Palestina, mas renunciei a posse de tudo que me foi dado e aos meus títulos e cargos que possuía, para sem honras e riquezas servir a Deus."

O governador tentou convence-lo a renunciar a sua fé, mas não conseguindo ordenou os seguintes tormentos:

O ataram a um cavalo, rasgaram suas carnes com garfos de ferro e cobriram com sal todo o seu corpo chagado.

Depois de ser assim torturado durante todo um dia, ao chegar a noite, o Senhor Deus rodeado de uma vivíssima claridade, o consolou com doces palavras e o deixou tão confortável que São Jorge parecia que nõo tinha sido torturado. Em vista de que com ameaças e torturas não conseguia nada, o governador Daciano mudou de tática e o tentou com fortunas e promessas de recompensas.

Jorge sorrindo respondeu: "Porque em vez de me torturar não me disseste estas coisas no inicio? Aqui me tens disposto a fazer o que me propõe!".

Daciano não se deu conta da tática de São Jorge, e mandou publicar um pregão, convocando o público a assistir aos sacrifícios que São Jorge por fim, iria oferecer aos ídolos romanos. Mandou o governador que a cidade fosse enfeitada. No dia previsto para o grande acontecimento, a multidão curiosa e com grande expectativa, lotou o templo no qual São Jorge iria adorar publicamente os deuses romanos.

Na hora marcada, São Jorge entrou no recinto, ajoelhou e pediu ao Senhor Deus para converter povo dentro do templo, e pediu que o Senhor se dignasse destruir as estátuas dos ídolos e o templo, de maneira a não ficar nenhum vestígio delas. Acabando sua oração desceu dos céus uma rajada de fogo que reduziu a cinzas, todas as imagens do templo e os sacerdotes pagãos que promoviam as idolatrias. Logo que o público presente correu para fora, São Jorge saiu mansamente e de novo fez suas preces. Depois de alguns segundos a terra se abriu, e engoliu todo o templo e se fechou de novo, não ficando o menor vestígio de sua existência.

Daciano, inteirado do ocorrido, fez comparecer São Jorge e disse. "És o mais abominável dos homens. Como é possível tamanha malícia a ponto de cometeres um crime tão horrível?"

Ao que São Jorge respondeu calmamente: "Meu rei, não me julgues apressadamente e severamente, venha comigo e verás como oferecerei os sacrifícios"!
Daciano respondeu: " Não me enganarás de novo. Você quer que a terra me trague e também as imagens dos meus deuses". São Jorge então disse: “ Imbecil miserável! Como pode adorar a esses deuses que não podem nem ajudar a eles mesmos?" A esse diálogo assistia Alexandra, a esposa de Daciano e presa de indignação disse que São Jorge tinha razão e que queria também ser cristã. Daciano furioso mandou que a pendurassem pelos cabelos em uma viga e que a açoitassem sem piedade, até a morte.

E Alexandra perguntou a São Jorge: "Vou morrer e não sou batizada". São Jorge respondeu batizando-a e usando para isto o sangue dela derramado em vez de água e disse ainda: "O sangue que está derramando, está te batizando e vale uma coroa de gloria e com o Senhor Jesus Cristo terás tudo." E, seguida Alexandra expirou santamente.

Daciano enfurecido, mandou que arrastassem a São Jorge pela cidade até o local onde seria decapitado.

O santo antes de morrer, rogou ainda ao Senhor que atendesse aos rogos de todos que pedissem por sua intercessão e mediação.

Apesar da popularidade de São Jorge, se conhecem poucos fatos de sua vida e as noticias que se tem se baseiam em lendas e tradições que se passaram de boca em boca através dos anos. Não obstante todos os escritores e historiadores concordam que foi um soldado um romano, nasceu na Capadócia (Turquia) e morreu em princípios do século IV, provavelmente na cidade de Lydda, atualmente Lod em Israel.

A Lenda do dragão

A lenda do Dragão, a mais difundia e na qual o santo está a cavalo e luta contra um monstruoso animal que vivia em um lago, a aterrorizar a toda a população de Lydda. Do dito animal saia um odor forte que contaminava a todos e o monstro exigia o sacrifício de uma pessoa viva para não se aproximar da cidade. Mas um dia quando o dragão estava para comer a filha do rei, apareceu Jorge e com a ajuda de Cristo matou o monstro que seria na verdade o demônio. Assim ele é considerado o santo padroeiro dos namorados (hoje na países de língua inglesa é São Valentino e no Brasil é Santo Antônio de Pádua , mas nos outros países latinos da Europa o padroeiro dos enamorados ainda é São Jorge).

Na Catalunha tem uma igreja com o seu nome, e em Girona existem vários templos com o seu nome, e três ermidas situadas em Calonge, Loret de Mary e Sant Llorenço de la Muga têem o seu nome. É ainda o padroeiro da Grécia, Lituânia, Polônia, Rússia e Sérvia. Na UMBAMDA  ele é venerado como Ogum, o deus da guerra .

Sua festa é celebrada no dia 23 de abril.

"La Leyenda Dorada" de autoria de Jacopo de Varazze(1229-1298), lançado no Brasil pelo Professor Hilário Franco Junior em seu livro "Legenda Aurea-Vida dos Santos".

Santa Sarah Kali
 

Santa Sarah Kali: Dia 24 de Maio

Conta a lenda que Maria Madalena, Maria Jacobé, Maria Salomé, José de Arimatéia e Trofino, junto com Sarah, uma cigana escrava, foram atirados ao mar pelos judeus, numa barca sem remos e sem provisões. Milagrosamente a barca, sem rumo, atravessou o oceano e aportou em Petit-Rhône, hoje a nossa tão querida Saintes Marie’ deLa Mer, França. (que seria as santas marias do mar).

Kali em romanês, quer dizer negra; e Sara, por ser uma cigana egípcia, possui a tez bem morena. Daí o nome. Os ciganos brasileiros adoram Nossa Senhora de Aparecida, talvez por causa de sua cor, e muitos a equiparam à Santa Sara Kali. Se não têm a imagem dela, por ser difícil encontrá-la, por certo possui em sua Thiera (barraca) ou casa uma imagem de Nossa Senhora de Aparecida. Às vezes têm as duas.

É costume festejarmos nossas salvas (promessas ou comemorações em homenagem a algum santo). A Salva de Sara Kali é no dia 24 de maio.

A Salva de Nossa Senhora de Aparecida coincide com a comemoração dos gadjés, a 12 de outubro.

Na Salva ou Slava, é oferecido um banquete ao santo homenageado, onde colocamos o Santo do Dia no centro da mesa, em lugar de destaque e junto a Ele, um manrô (pão) redondo, que é furado no meio e onde colocamos um punhado de sal junto com a vela. Esse pão é posto em uma bandeja cheia de arroz cru, para chamar saúde e prosperidade e, ao término do almoço, ele é dividido entre os convidados pelos donos da casa, junto com essas palavras de bençãos:

(Que você seja abençoado com o sal, com o pão e com ouro).

A festa de Santa Sarah

No final de maio, os Ciganos aos milhares, vão se reunindo na cidade de Les Saintes Maries' de la Mer, na região de Camargue ao sul da França para cantar, dançar e pagar promessas para a sua santa padroeira .

É em parte uma reunião, parte festival e parte peregrinação. Assim fique de olho na sua carteira, perca suas inibições e fique pronto para uma de "livre para tudo".

Enquanto as crenças espirituais ciganas são pagãs de natureza, a maioria dos ciganos foram batizados e respeitam a parte essencial da religião cristã.

Eles vem para Les Saintes Maries’de la Mer ("as santas marias do mar’) porque a lenda diz que Maria Jacob e Maria Salomé, (parentes próximas de Jesus, da Virgem Maria, e uma delas mãe dos apóstolos João e Tiago) vieram para esta cidade de barco, quando foram expulsas da Judéia no século primeiro. Elas converteram o povo da cidade para o cristianismo, com a ajuda da líder matriarca da cidade, chamada Sarah. Os ciganos a adotaram como padroeira, embora ela não seja oficialmente reconhecida pela Igreja.

O centro da reunião é a igreja matriz de Les Saintes Maries’de la Mer, onde as relíquias (como os ossos dos santos ) são guardados na igreja.

Os ossos são cerimoniosamente abaixados por polias e guindastes enquanto os fieis cantam acompanhados de violinos e sinos. Então as relíquias são carregadas para o mar, junto com uma grande estátua de Santa Sarah, de modo que ela pode "esperar" a chegada das Marias. No dia seguinte as estátuas de Maria Jacob e Maria Salomé são colocadas junto ao oceano, pelos peregrinos, em sinal que elas chegaram as praias da França. A bordo de um tradicional barco de pesca o bispo abençoa o mar, a terra e os Ciganos.

Diz a tradição que o bom Rei Renê mandou escavar a igreja, em 1448 eles relataram que foram encontraram dois corpos docemente perfumados. Muitos anos mais tarde esses corpos femininos foram datados como sendo do primeiro século (pode ser verdade ou apenas lenda). Outra lenda diz que as pedras onde os corpos estavam sepultados eram na verdade "pedras milagrosas" e eram usadas para curar olhos doentes e mulheres estéreis.

OBS: Não deixe de ver a cripta debaixo da igreja se você necessita de alguma cura.
Santa Efigênia
 

Santa Efigênia: Dia 21 de setembro

Ifigênia ou Efigênia, como também é conhecida, de acordo com o livro de Jacobo de Vorágine, A Lenda Dourada, era filha do rei etíope Eggipus. Ela foi dedicada a Deus por Mateus, o Evangelista. Quando Hirtacus sucedeu o pai da santa no poder, o então soberano prometeu que daria metade de seu reino ao apóstolo caso persuadisse a filha do falecido monarca a se casar com ele. Mateus, então, convidou o rei a acompanhar a missa de domingo. Aproveitando que ele ali se encontrava, explicou-lhe que não poderia permitir que a jovem virgem firmasse matrimônio com ele, pois ela fora consagrada ao Senhor. Enfurecido, Hirtacus então mandou seus homens matarem Mateus aos pés do altar, o que o transformou num mártir da fé cristã.

Ainda descontente com a morte de Mateus, o rei tentou destruir a casa de Ifigênia, incendiando-a. Entretanto, o apóstolo apareceu e expulsou as chamas do lugar, voltando-as em direção ao palácio real. Completando o castigo divino, o filho de Hirtacus foi possesso pelo demônio e ele próprio contraiu lepra, vindo logo a se matar.
Então, o povo aclamou o irmão da santa como seu rei. Ele reinou por setenta anos e foi sucedido por seu filho, que, por sua vez, mandou construir pela Etiópia muitas igrejas cristãs.

Sâo Benedito
 

São Benedito, o Mouro: Dia 05 de Outubro

Um escravo negro, que é o padroeiro dos Afro-americanos e dos negros. Tambem conhecido como São Benedito, o negro.

Nasceu em Filadelfo, perto de Messina, na ilha de Sicília, Itália, por volta do ano de 1526. Os pais eram de origem escrava e descendência de negros etíopes ou de mouros do norte da África, daí o fato de ser chamado de Benedito, o Negro ou o Mouro.

O seu amo o libertou e ele passou a viver numa ermida em Montepellegrino, eventualmente passou a ser o superior de um grande grupo de reclusos. Quanto às ermidas foram extintas pelo Papa Pio IV (1550-1565), Benedito entrou para a Ordem dos Franciscanos com irmão. Com o tempo devido aos seus méritos foi indicado Superior do monastério apesar de ser analfabeto. Mais tarde tornou-se Mestre graças aos seus grandes esforços para conquistar suas deficiências educacionais e culturais. O seu grande amor a São Francisco de Assis e seu exemplo de caridade, fez com fosse eleito superior do monastério em 1.578, onde impôs uma estrita observância de pobreza e caridade. Diz a tradição que ele tinha  ajuda de um anjo que o ensinava, pois foi um excelente dirigente do monastério e alem disso os milagres a ele atribuídos conquistaram um aumento enorme nas visitas as mais variadas (de monarcas a mendigos) ao monastério.

Quando veio a falecer, de causas naturais, em 1589 o Rei Felipe III da Espanha mandou erigir uma tumba especial para ele, um simples frade.

A tradição diz que quando suas relíquias foram trasladadas, anos depois, seu corpo estava incorrupto.

Sua devoção é muito grande na Venezuela, Uruguai e Argentina e em Buenos Aires tem um santuário e um bairro com seu nome. Na Espanha é venerado na paróquia de Santiago de Redondela (Galícia).
Ele foi canonizado em 1807.

Sua festa é celebrada em 4 de abril.

No Brasil ainda é comemorado na data antiga, ou seja em 5 de outubro.


Nossa Senhora do Rosário - Imagem sécular em policromia (Igreja do Rosário Fortaleza - CE).
 Nossa Senhora do Rosário - Dia 07 de Outubro

Esta festa foi instituída pelo Papa Pio V em 1571, quando celebrou-se a vitória dos cristãos na batalha naval de Lepanto. Nesta batalha os cristãos católicos, em meio a recitação do Rosário, resistiram aos ataques dos turcos otomanos vencendo-os em combate.

A celebração de hoje convida-nos à meditação dos Mistérios de Cristo, os quais nos guiam à Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição do Filho de Deus.

A origem do Rosário é muito antiga, pois conta-se que os monges anacoretas usavam pedrinhas para contar o número das orações vocais. Desta forma, nos conventos medievais, os irmãos leigos dispensados da recitação do Saltério (pela pouca familiaridade com o latim), completavam suas práticas de piedade com a recitação de Pai-Nossos e, para a contagem, o Doutor da Igreja São Beda, o Venerável (séc. VII-VIII), havia sugerido a adoção de vários grãos enfiados em um barbante.

Na história também encontramos Maria que apareceu a São Domingos e indicou-lhe o Rosário como potente arma para a conversão: "Quero que saiba que, a principal peça de combate, tem sido sempre o Saltério Angélico (Rosário) que é a pedra fundamental do Novo Testamento. Assim quero que alcances estas almas endurecidas e as conquiste para Deus, com a oração do meu Saltério".

Essa devoção, propagada principalmente pelos filhos de São Domingos, recebe da Igreja a melhor aprovação e foi enriquecida por muitas indulgências. Essa grinalda de 200 rosas - por isso Rosário - é rezado praticamente em todas as línguas, e o saudoso Papa João Paulo II e tantos outros Papas que o precederam recomendaram esta singela e poderosa oração, com a qual, por intercessão da Virgem Maria, alcançamos muitas graças de Jesus, como nos ensina a própria Virgem Santíssima em todas as suas aparições. Também segundo a lenda Nossa Senhora do Rosário (ou Nossa Senhora do Santo Rosário ou Nossa Senhora do Santíssimo Rosário) é o título recebido pela aparição mariana a São Domingos de Gusmão em 1208 na igreja de Prouille, em que Maria dá o rosário a ele.
Em agradecimento pela vitória da Batalha de Muret, Simon de Montfort construiu o primeiro santuário dedicado a Nossa Senhora da Vitória. Em 1572 Papa Pio V instituiu "Nossa Senhora da Vitória" como uma festa litúrgica para comemorar a vitória da Batalha de Lepanto. A vitória foi atribuída a Nossa Senhora por ter sido feita uma procissão do rosário naquele dia na Praça de São Pedro, em Roma, para o sucesso da missão da Liga Santa contra os turcos otomanos no oeste da Europa. Em 1573, Papa Gregório XIII mudou o título da comemoração para "Festa do Santo Rosário" e esta festa foi estendida pelo Papa Clemente XII à Igreja Universal. Após as reformas do Concílio Vaticano Segundo a festa foi renomeada para Nossa Senhora do Rosário. A festa tem a classificação litúrgica de memória universal e é comemorada dia 7 de outubro, aniversário da batalha.
São Elesbão
 

São Elesbão: Dia 27 de Outubro

Elesbão (séc. VI dC) foi um rei do Império de Axum, na atual Etiópia.
É um santo da Igreja Católica, venerado no dia 27 de outubro. Representado como um rei negro da Etiópia, a veneração de Elesbão teve muita difusão no Brasil colonial entre os escravos africanos e seus descendentes.

Vida

Elesbão foi um rei de Axum, na atual Etiópia (Abissínia), 47° da sua dinastia. Segundo a tradição, era descendente do rei Salomão e da rainha de Sabá. No século VI dC, Elesbão conseguiu expandir o reino cristão da Etiópia através do Mar Vermelho até a Península Arábica e o Iêmen, convertendo árabes e judeus à fé cristã.
Cerca de 523, Danaan (Dihu Nowas), judeu do Reino Himyarita (atual Iêmen), lançou uma rebelião contra Elesbão. Danaan massacrou of cristãos do seu reino, incluindo o vice-rei instalado por Elesbão na cidade de Safar. Com o apoio de Justino I, Imperador Romano do Oriente, Elesbão reage e consegue vencer Danaan numa guerra, reestabelecendo a fé e colocando no trono do reino de Danaan um rei cristão, Arauto.

No fim da vida, Elesbão abdicou do trono em favor do seu filho e repartiu suas riquezas entre os pobres. Em Jerusalém depositou sua coroa na Igreja do Santo Sepulcro e passou a viver como eremita. Morreu no ano de 555.

Culto
No Brasil colonial, a Igreja Católica utilizou a vida de santos africanos de cor negra, particularmente São Benedito, São Elesbão e Santa Efigênia, para promover a religião católica entre os negros escravos e forros. Várias obras hagiográficas celebrando estes personagens foram publicadas no século XVIII, como Os dois atlantes de Etiópia. Santo Elesbão, Imperador XLVII da Abissínia, advogado dos perigos do mar & Santa Efigênia, Princesa da Núbia, publicado entre 1735 e 1738 pelo frei carmelita José Pereira de Santana. Nesta e em outras obras, tanto a Etiópia como a Núbia são descritos como fiéis defensores da fé cristã, tendo em S. Elesbão e S. Efigênia seus maiores campeões.

 Graças à ação catequética e à necessidade de associação dos negros, várias irmandades religiosas dedicadas a São Elesbão surgiram entre os negros escravos ou alforriados no século XVIII. As irmandades - que existiam separadas para negros, pardos e brancos - davam aos seus membros um âmbito de ajuda mútua e inserção social.

LIVRO SOBRE O ASSUNTO:

Devoção Negra - Santos Pretos e Catequese no Brasil Colonial Oliveira, Anderson José Machado de / QUARTET EDITORA / 2523091

Nenhum comentário:

Postar um comentário